São horas e horas ao
volante e, nos últimos cinco dias, os taxistas têm tido o medo como passageiro
em Salvador. E não é para menos. Nesse período, nove deles já foram assaltados.
A modalidade dos roubos é a mesma de sempre: bandidos fingem ser clientes. Em
todas elas, as ações foram realizadas por uma dupla – algumas vezes, um homem e
uma mulher.
Segundo informações
da Comissão dos Taxistas da Bahia, o período dos nove assaltos relatados pelas
vítimas – apenas dois casos foram registrados em delegacia – compreende das 11h
da última quinta-feira (19) até as 11h desta terça-feira (24). Os assaltos
aconteceram nas regiões do Aeroclube (Boca do Rio), Dois Leões, BR-324, Bonocô,
além dos bairros de Valéria, Rio Vermelho e Centro.
O primeiro da série
aconteceu às 11h do dia 19. Dois homens entraram em um táxi nas proximidades do
Salvador Shopping e pediram uma corrida para a Boca do Rio. Na altura do antigo
Aeroclube, a dupla anunciou o assalto. “Um deles sacou a arma e disse que não
queria machucar o taxista, que entregou o celular e R$ 60”, contou João Adorno,
da Comissão dos Taxistas da Bahia.
Já no sábado (21), um
taxista foi rendido em Amaralina. A vítima pegou um passageiro por volta das
6h30 no Rio Vermelho. O passageiro disse que a corrida era para o Imbuí, mas,
quando chegou na altura do Quartel do Exército de Amaralina, ele anunciou o
assalto. Ele começou a bater no taxista, que desmaiou e bateu o carro num
poste. O ladrão, que fugiu depois do acidente, levou o celular, carteira,
dinheiro e documentos do motorista.
Nova modalidade
O último caso
relatado pela Comissão dos Taxistas aconteceu nesta segunda-feira (24), às 19h.
Um casal pegou um táxi em frente ao Shopping da Bahia, na Avenida ACM, e pediu
uma corrida para o bairro de Valéria.
Ainda na ACM, a
infeliz surpresa: a mulher que estava no banco de trás sacou a arma e anunciou
o assalto. O comparsa dela, sentado no banco do carona, mandou o taxista manter
o percurso e, ao chegar em Valéria, o taxista foi deixado no local. De lá, a
dupla fugiu com o carro.
Instantes depois, a
Comissão foi informada que o táxi levado pelos bandidos, um Fiat Siena, foi
usado em assaltos – uma das ocorrências foi na Cidade Baixa.
Uma família tinha
acabado de deixar o Hospital Agenor Paiva, no Caminho de Areia, quando um homem
acenou para o Siena. Quando o carro parou, ele e a família foram surpreendidos
com a mulher armada que tomou os pertences das vítimas, enquanto o comparsa
estava ao volante. O caso foi registrado na 3ª Delegacia (Dendezeiros).
A modalidade é nova e
preocupa os taxistas. “Sabemos que isso foi um fato isolado. O que é comum
acontecer é a bandidagem pegar os carros para fazer arrastões. A segurança
precisa ser reforçada”, defendeu João Adorno.
Outros assaltos
O Siena roubado foi
encontrado por policiais militares da Operação Apolo ainda na noite desta
segunda-feira. Por volta das 22h, a equipe da Polícia Militar recebeu a
informação do Centro Integrado de Comunicações (Cicom) de que um táxi Fiat
Siena havia sido tomado de assalto por um casal às 19h na Avenida ACM.
Em seguida, a PM
recebeu vários registros de roubos praticados com as mesmas características do
táxi no bairro de Nazaré e nas avenidas Suburbana, Caminho de Areia e Bonocô -
esta seria a última localização dos criminosos.
Segundo informou a
PM, em nota, as equipes da Apolo foram para lá e as vítimas informaram que
visualizaram um casal abandonar o táxi na passarela do Detran e fugir no
sentido Saramandaia. Lá, os policiais realizaram incursões, mas a dupla não foi
localizada.
“A rapidez na
recuperação do táxi se deu com o apoio das vítimas que entraram em contato com
o Cicom passando informações importantes para as equipes que estavam na área.
Esses dados contribuíram para a localização do veículo roubado e para saber o
sentido de fuga dos criminosos”, revela o major Borges, comandante da Operação
Apolo.
O táxi recuperado foi
apresentado na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV).
Providências
Segundo a Comissão
dos Taxistas da Bahia, no ano passado, a categoria registrou uma média de cinco
assaltos por semana.
“Mas, muitos casos
ficam só no relato entre os próprios taxistas. Ou seja, não são registrados em
ocorrência policial, pois a categoria tem medo de prestar queixa, porque a
polícia prende e, no dia seguinte, a Justiça solta. Aí, eles temem represália.
Mas, é preciso o registro nas delegacias para que a polícia possa fazer um
mapeamento da mancha criminal”, declarou Adorno.
VARELA NOTICIA
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