O marinheiro que comandava a lancha sequestrada por criminosos, na madrugada desta segunda-feira (30), contou que foi contratado para fazer uma viagem até Ponta de Areia, na Ilha de Itaparica. A embarcação Júlia II foi apreendida pela Polícia Federal (PF), na praia da Ribeira, com 71,5 kg de explosivos (veja aqui). Segundo o profissional, dois homens que “pareciam clientes normais” o abordaram na Praça Visconde de Cairu, durante a tarde de domingo (29), e ofereceram o serviço. Ele aceitou o trabalho e seguiu até a ilha normalmente. Mas ao chegar lá, em torno das 19h, foi abordado por mais quatro homens armados, trajando fardas da Polícia Civil. "No desembarque veio mais gente. Eles já foram me rendendo e eu só ouvi eles falarem: saia do comando. Nem quis olhar pra mais nada", relatou ao jornal Correio, sem se identificar. Já fora do comando, ele conta que foi guiado em direção a Salvador e, apesar de suas súplicas para que não lhe fizessem mal, o grupo o jogou na água, em alto mar. “Mesmo assim me jogaram no meio da água, sem colete. O que salvou é que eu trabalho há muito tempo nessa área e, por isso, consegui nadar por quase quatro horas. Quando eu cheguei perto do Canta Galo procurei a polícia. Foi Jesus que me salvou, foi meu filho, de dois meses, que me motivou a nadar por mais de quatro horas”, detalhou. Já nesta manhã, o marinheiro acompanhou os policiais civis na perícia, recebeu atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na Avenida San Martin, e prestou depoimento na Delegacia de Homicídios (DH) Central, no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ainda hoje, ele deve depor à Polícia Federal (PF). De acordo com a publicação, o marinheiro ganharia R$ 1,5 por cada viagem. Ele disse ao jornal que a lancha é de propriedade do seu patrão, mas preferiu não informar o nome do chefe. Com a apreensão da lancha, duas pessoas também foram presas, mas outros fugiram por terra e por mar. A PF suspeita que o grupo planejava ataques a caixas eletrônicos.
(BN)
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