A complexidade desse Transtorno e o fato de que os sintomas e severidade podem variar (Espectro), provavelmente são quadros resultantes da combinação de diferentes genes.
Alguns problemas genéticos acontecem espontaneamente e outros são herdados.
De fato, estudos sugerem uma herdabilidade muito alta, mais ainda quando se considera a presença de traços do espectro autista numa mesma família. Em muitas delas parece haver um padrão de autismo ou deficiência relacionados, apoiando ainda mais a tese de que esses Transtornos têm uma base genética.
Apesar de nenhum gene ter sido identificado como causador de autismo, pesquisadores estão procurando mutações do código genético que as crianças com autismo possam ter herdado.
Estudos recentes indicam também que o autismo não é regido apenas por causas genéticas.
A suposição é que fatores ambientais que tenham impacto no desenvolvimento do feto, como stress, infecções, exposição a substâncias químicas tóxicas, complicações durante a gravidez, desequilíbrios metabólicos podem levar ao desenvolvimento do autismo.
Dentro dos fatores ambientais, pesquisadores detectaram uma maior importância para o risco de TEA dos fatores ambientais individuais, que incluem complicações durante o nascimento, infecções maternas ou a medicação que se recebe antes e após o nascimento, face aos fatores ambientais partilhados pelos familiares.
De acordo com o artigo publicado no The Journal of the American Medical Association – JAMA, uma grande pesquisa feita no Instituto Karolinska, em Estocolmo – Suécia, analisou mais de dois milhões de crianças nascidas nesse país entre 1982 e 2006 e revela agora que a hereditariedade, apesar de muito significativa, só explica metade do risco para se desenvolver autismo. Os restantes dos fatores têm sua origem no ambiente.
A equipe de pesquisadores descobriu ainda que as causas hereditárias, ou seja, a informação genética que os pais transmitem aos filhos, explicam apenas 50% do risco de se vir a desenvolver TEA. Estudos anteriores tinham calculado que era de 80% a 90%. Segundo este novo estudo, o fator ambiental poderá ser, afinal, muito maior do que era assumido.
“Ficamos surpreendidos com as nossas descobertas, já que não esperávamos que a importância dos fatores ambientais no autismo fosse tão forte. Os estudos recentes centravam-se tendencialmente nos genes, mas agora tornou-se claro que precisamos de futuras investigações para identificarmos quais são ao certo estes fatores ambientais”, explica Avi Reichenberg, do Centro Seaver para a Investigação do Autismo, Nova Iorque – EUA, um dos autores do estudo, citado pelo King’s College de Londres. Para este cientista, “da mesma forma que existem múltiplos fatores genéticos a considerar, provavelmente também deverá haver vários fatores ambientais que contribuem para o desenvolvimento do autismo.”
Apesar de extensa pesquisa, não há comprovada ligação entre vacinas e autismo.
Não há cura conhecida para o autismo.
O diagnóstico baseia-se na presença de determinados padrões de comportamento.
Uma vez identificado sinais de autismo ou mesmo estabelecido o diagnóstico (precoce), a intervenção é fundamental para a aquisição dos repertórios de comunicação, socialização, autonomia e motora, fundamentais para o desenvolvimento da criança.
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