PM fazia bico como motorista de aplicativo e foi morto no Jardim Nova Esperança
FOTO: Correio
“Meu filho era militar por orgulho e por paixão.” Foi assim que a funcionária pública Iara dos
Santos se lembrou do policial militar Marco Antônio dos Santos, assassinado na
madrugada de sábado (3), no Jardim Nova Esperança. O enterro foi neste domingo
(4), no Cemitério Bosque da Paz, em Nova Brasília, e reuniu familiares, amigos
e colegas do aplicativo 99Pop, em que a vítima também atuava.
“Desde que ele estava
na Marinha, onde passou seis anos, eu orava sempre quando saía em missão. Um
dia, depois de me dizer que trocaria a farda branca pela cáqui, chorei e orei
porque nunca desejei estar no lugar das mães que perdem seus filhos em
serviço”, contou a mãe.
Representantes de
diversas unidades operacionais da PM e motoristas de aplicativo participaram da
missa de corpo presente, celebrada pelo pároco Jaciel Bezerra, da Paróquia do
Divino Espírito Santo, do Vale dos Lagos, onde a mãe do PM é coordenadora geral.
Os condutores escreveram nos vidros traseiros dos seus carros a frase “Luto
Uber”.
Marco Antônio foi
assassinado no sábado depois de encerrar uma corrida por aplicativo nas
proximidades da Estrada Velha do Aeroporto, numa via com comunicação para
vários bairros. De acordo com o colega que se identificou como Paulo Jorge, os
motoristas de aplicativo vivem numa situação de muita instabilidade para
garantir a sobrevivência e a própria segurança.
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Marco Antônio foi
assassinado no sábado depois de encerrar uma corrida por aplicativo nas
proximidades da Estrada Velha do Aeroporto
Em nota, o 99Pop já
havia afirmado que está apurando o ocorrido, que lamenta profundamente esse e
qualquer caso de violência e que se encontra aberto a colaborar com as
autoridades. A empresa ainda afirmou que se solidariza com a família da vítima.
Segundo apuração
inicial, o motorista havia encerrado uma corrida e, para cortar caminho, passou
por um local que é considerado perigoso. Ali, teria sido reconhecido por um
criminoso, o que motivou o crime.
Segundo depoimento de
pessoas próximas, Marco Antônio dividia a tarefa de motorista de aplicativo com
o pai, que costumava rodar durante o dia e há poucas semanas havia sido vítima
de um assalto sem maior gravidade. “Um pai de família que luta pelo sustento
dos seus morre dessa forma. Isso é inadmissível”, comentou outro colega de
aplicativo que preferiu não se identificar. Marco Antônio era casado e deixa
duas filhas pequenas. No último dia 1º, a mãe dele comemorou aniversário e a
proximidade da aposentadoria por tempo de serviço no Estado.
A morte do policial
também foi sentida pelas comunidades católicas, das quais a família participava
ativamente. Maria Lúcia Porto, irmã em Cristo de Iara, lembrou o quanto Marco
Antônio era querido por todos. “Uma mãe nunca deveria passar por essa dor que
não tem nome. Uma esposa que perde o marido é viúva. Um filho que perde os pais
é órfão, mas como nomear uma mãe sem seu bem maior?”, finalizou ela, sem
esconder a emoção.
CORREIO 24 HORAS
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