A tentativa da
prefeitura de Mata de São João em beneficiar a população com mais de mil
cirurgias eletivas terminou irregularmente na madrugada deste domingo (29). Aos
29 anos, Arlene Assis Santos morreu durante um procedimento cirúrgico no
Hospital Municipal Doutor Eurico Goulart de Freitas. Arlene faria uma
laqueadura e teve uma convulsão ainda na mesa de cirurgia.
De acordo com relatos
de familiares e amigos, a unidade não possuía estrutura para realizar cirurgias
e a morte teria sido causada após aplicação errônea da anestesia. “Não tem
banco de sangue, nem UTI. Não tinha remédios na hora e os médicos não tinham
material para o atendimento de emergência”, afirmou sem querer se identificar.
O mesmo acredita ter ocorrido uma imperícia médica, ou seja, falta de técnica
necessária para realização do procedimento.
Anunciado em maio
como um dos maiores programas de saúde do município, o mutirão de cirurgias
eletivas da prefeitura realiza “procedimentos de média e alta complexidade, sem
caráter de urgência, como Cirurgias do Aparelho Digestivo, Cirurgias de
Reparação de Pele, Cirurgias de Parede, Abdominal, Cirurgias Saúde da Mulher,
Cirurgias para Planejamento Familiar e Cirurgias Saúde do Homem. Esses
procedimentos fazem parte da rotina dos atendimentos oferecidos à população nos
hospitais de todo o país, de forma integral e gratuita, por meio do Sistema
Único de Saúde. Os exames de sangue e raios-x serão realizados no Hospital, e
ECG na policlínica”.
A reportagem tentou
contato com a direção do hospital, mas foi informada que detalhes da situação
só serão divulgadas nesta segunda-feira (30), já que neste domingo (29) não há
responsáveis pela unidade hospitalar.
Já ao BNews, o
prefeito da cidade, Marcelo Oliveira (PSDB), negou a falta de estrutura do
hospital e reforçou que não há registros de casos graves resultantes das
cirurgias. O alcaide ainda afirmou que a mulher teve um choque anafilático e
haverá uma investigação caso o laudo do Instituto Médico Legal aponte erros
médicos. “Isso não procede. Nosso hospital é totalmente equipado e posso dizer
que é um dos mais modernos da região. As pessoas têm a impressão de que por ser
um mutirão é feito sem responsabilidade. Mas nós estamos fazendo com muita
responsabilidade”.
“Até onde conseguimos
apurar junto ao diretor do hospital, a paciente sofreu um choque anafilático a
algum analgésico. Não é incomum, mas de fato é uma situação de nos deixa
consternado. O corpo foi para o IML, então após o resultado vai ser conduzida a
linha de auditoria para ver se foi erro no procedimento ou dos médicos, ou se
foi uma fatalidade, alguma reação a medicamentos que não foram identificamos
nos exames médicos”, reforçou o prefeito.
Após a morte de
Aline, seis cirurgias de laqueadura agendadas para este domingo (29) foram
canceladas por desistência das pacientes.
Sepultamento - Arlene
Matos foi sepultada no fim da tarde deste domingo sob forte comoção popular.
BOCAO NEWS
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