terça-feira, 24 de julho de 2018

Contracheque de professores é antecipado e categoria aponta: “Pra nos intimidar”; Prefeitura nega


O contracheque dos professores da rede municipal da educação de Salvador foi antecipado para esta terça-feira (24) e os profissionais se depararam com diversos descontos no salário. Segundo a categoria, que está em greve por aumento salarial, esta é uma forma de intimidar o movimento, já que nesta terça-feira (24) haverá negociação com a prefeitura e nesta quarta-feira (25) está marcada uma assembléia entre os profissionais.


Para uma das professoras que preferiu não identificar, esta foi uma maneira de amedrontar os servidores: “Isto foi uma afronta ao Desembargador Baltazar Miranda (TJ/Ba), que analisa o pedido do sindicato para conter os cortes. Estão buscando desesperadamente uma forma concreta de amedrontar os servidores, fazendo com que eles acabem a greve e esqueçam seus direitos”, afirma.




Já a professora Adriana Barbosa, que afirma tirar dinheiro do próprio bolso para comprar material escolar, ironiza a agilidade na disponibilização do documento: “Nunca recebi um contracheque tão rápido na minha vida. Geralmente tenho acesso um dia antes de receber o meu salário de professora, mas dessa vez o prefeito se superou, o contracheque saiu exatamente uma semana antes do pagamento com um belo e prometido desconto”, falou.

Ela afirma que gostaria de estar em sala de aula com os alunos, mas precisa defender seus direitos: “Gostaria sim de estar na escola com os meus alunos, mas nestas condições está muito difícil. Não podem continuar negando os nossos direitos”, conta.

Valores

Outra professora, que trabalha em uma escola no bairro da Palestina, afirma que sequer participou do movimento grevista, mas teve desconto em seu salário: “não participei da greve dos professores municipais de Salvador e meu salário foi cortado em R$ 510,34”. Segundo ela, esta antecipação foi uma represália ao movimento: “A Smed nunca disponibilizou o contra cheque com 7 dias antecedência do pagamento. Fizeram para derrubar a greve e puniram a todos”, lamenta.

O desconto de uma outra professora chegou a R$ 1.870. Segundo ela, esta atitude da secretaria não vai enfraquecer o movimento grevista: “Só fortaleceu nosso movimento. Minha dignidade não tem preço”, afirma.

Sindicato

Segundo Marcos Barreto, um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, esta antecipação e os cortes de salário fortalecem o movimento grevista: “Esta é uma ação para pressionar os trabalhadores, mas gerou efeito contrário. As pessoas ficaram tão revoltadas que quem não havia aderido ao movimento, vai entrar em greve por causa do corte de salário, que é indevido”, afirma.

Resposta

Em nota a Secretaria Municipal da Educação (Smed) informou que o acesso ao contracheque foi liberado normalmente “como ocorre todos os meses, com o fechamento da folha”. Segundo o órgão, não houve antecipação. Já os descontos, segundo a Smed, se referem às faltas, aos dias letivos não trabalhados.



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