Um aumento de 60% no
número de mortes causadas diretamente pelo uso de drogas lícitas e ilícitas
entre 2000 e 2015 foi registrado nos últimos tempos. Desse número, os
medicamentos de prescrição derivados do ópio respondem por 76% de todos os
óbitos. A conclusão é do Relatório Mundial sobre Drogas, lançado pela
Organização das Nações Unidas (ONU).
Foi apontado no
levantamento que 275 milhões de pessoas relataram o uso de drogas pelo menos
uma vez em 2016. Dessas, 31 milhões relataram problemas e disfunções com o uso.
Dentre as drogas mais consumidas, a cannabis ganhou destaque, com 192 milhões
de pessoas a utilizando ao menos uma vez ao longo do último ano.
Drogas como heroína e
cocaína, que tem estado disponíveis por um período significativo, coexistem de
modo crescente com novas substâncias psicoativas (NSP) e medicamentos sob
prescrição. Houve aumento no fluxo de preparações farmacêuticas de origens
pouco claras destinadas ao uso não medicinal. A ONU ressalva, porém, que o uso
de drogas difere de país para país e depende de circunstâncias sociais e
econômicas.
Das 450 mil mortes
relacionadas a drogas em 2015, a maior parte (167.750) ocorreu por overdose.
Outras estão indiretamente associadas, como HIV e Hepatite C, adquiridas pelo
uso de drogas injetáveis. Segundo o órgão, a circulação de drogas ilícitas está
crescendo. "A manufatura global de cocaína alcançou, em 2016, seu nível
mais alto de toda a história, com uma estimativa de produção de 1.410
toneladas", relatou. Foi apontado no relatório que a Colômbia continua
sendo a maior produtora mundial.
O levantamento mostra
que o uso de drogas, e os danos associados a ele, são mais elevados entre os
jovens em comparação aos mais velhos. Mas o uso de drogas entre a geração mais
velha tem aumentado a um ritmo mais rápido do que entre os mais jovens.
Pessoas com mais de
50 anos representaram 27% dessas mortes em 2000, percentual que aumentou para
39% em 2015 (segundo a organização, o uso de medicamentos é o principal
responsável pelas mortes nesse grupo). Além disso, foi constatado que os homens
são os que mais usam drogas. Embora as mulheres tenham padrões mais específicos
de uso, com utilização mais elevada de calmantes, elas representam 1 em cada 5
pessoas em tratamento.
A ATARDE
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