quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Guerra por terra: mortes de defensores de direitos ganham força na Bahia



 Com 10 mortes registradas em apenas dois anos, a Bahia se tornou o estado mais violento do país para defensoras e defensores de direitos humanos, com uma concentração de 18% dos homicídios desse tipo no país, segundo dados do relatório 'Na Linha de Frente'. O levantamento produzido pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos denuncia o agravamento da violência contra quem dedica a vida à luta por justiça e pela garantia de direitos fundamentais em território nacional.


Além dos homicídios, o estado ocupa o segundo lugar no ranking nacional de violência contra defensoras e defensores, com 50 ocorrências registradas, o que corresponde a 10,3% dos casos nacionais analisados entre 2023 e 2024. Nesse contexto, a Bahia fica atrás apenas do Pará.


A maioria das vítimas baianas era indígena ou quilombola. Entre os casos mais emblemáticos estão os assassinatos da pajé Maria Fátima Muniz, a Nega Pataxó, liderança espiritual e professora indígena, morta a tiros por fazendeiros, em janeiro de 2024, e da ialorixá e liderança quilombola Maria Bernadete Pacífico, mais conhecida como Mãe Bernadete, executada com 25 tiros dentro de casa, em 2023, no Quilombo Pitanga de Palmares, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador.


Segundo Sandra Carvalho, cofundadora e coordenadora do Programa de Proteção de Defensores (as) de Direitos Humanos e da Democracia da Justiça Global, "os casos na Bahia estão fortemente relacionados à expansão da atuação do narcotráfico nos territórios indígenas e quilombolas e a atuação de milícias rurais, como é o caso do Movimento Invasão Zero, estando fortemente relacionados aos conflitos agrários".


O estudo aponta também a participação de policiais militares em algumas ações criminosas. Sandra chama atenção ainda para a vulnerabilidade dessas áreas.


CONTEUDO  A TARDE

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