Foto: Monica Schwartz PC/Photopress/Estadão Conteúdo
O corpo da cantora e
compositora Beth Carvalho, conhecida como a Madrinha do Samba e um dos maiores
nomes da história do gênero, foi velado nesta quarta-feira (1º) na sede do
Botafogo de Futebol e Regatas – clube de coração da sambista –, na Zona Sul do Rio.
Beth morreu na
terça-feira (30), no Hospital Pró-Cardiáco, onde estava internada desde
janeiro. A causa da morte foi infecção generalizada, após anos de luta contra
problemas graves na coluna.
Pouco antes das 16h,
o caixão com o corpo de Beth foi fechado sob muitos aplausos e colocado no alto
de um caminhão do Corpo de Bombeiros, para um cortejo pelas ruas do Rio até o
crematório no Crematório e Cemitério da Penitência, no Caju, Zona Norte.
O caixão foi disposto
sob bandeiras do clube e colocado em uma mesa coberta com as cores da
Mangueira, escola do coração de Beth. Um painel com imagens importantes da
carreira da Madrinha do Samba foi montado na entrada.
Durante o velório,
músicas que fizeram parte da história de Beth Carvalho foram cantadas, como
"Doce refúgio", em alusão ao Cacique de Ramos, "Coisinha do
pai" e o hino do Botafogo.
O velório foi aberto
ao público às 10h. Coroas de flores foram entregues a pedido da Liga das
Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio (Liesa), da família de Diogo
Nogueira, de Dudu Nobre e do Botafogo.
Emocionado, o cantor
e compositor Dudu Nobre contou que, mesmo com problemas de saúde nos últimos
anos, Beth Carvalho lutava para continuar cantando. Ele relembrou a importância
da cantora na sua vida.
"A Beth deixa um
legado maravilhoso. Ela descobriu e deu oportunidade para muitas pessoas. Eu,
quando conheci a Beth, tinha 4 ou 5 anos de idade. Era amiga de todos os
sambistas da década de 70, 80 para cá", destacou Dudu Nobre.
Outro
"afilhado" Beth, Zeca Pagodinho disse que era um simples compositor
até que ela apareceu em sua vida.
"Muita gente ela
botou lá em cima. Eu costumo brincar, dizer que eu sou só um compositor e virei
um Zeca Pagodinho por causa da Beth. Meu negócio era compor. Ela me pôs pra
gravar Camarão Que Dorme A Onda Leva e virei esse Zeca Pagodinho que o Brasil
hoje aplaude", disse.
As cantoras Zélia
Duncan e Teresa Cristina também estavam entre os primeiros que chegaram ao
velório.
Teresa contou que o
sucesso da obra de Beth se devia à sua capacidade de se atualizar e conhecer as
inspirações do povo brasileiro.
"Eu vim
agradecer por tudo, todo o olhar sobre a cultura brasileira. Uma pessoa que
sabia o gosto do povo. Ela tinha um olhar sobre o que era popular",
destacou Teresa Cristina.
Segundo Teresa, ela
conhecia todas as rodas de samba do Rio, além de ser aberta a novos
compositores.
As duas lembraram que
a cantora nunca temeu expor as suas opiniões políticas e que, além da música,
sua firmeza fica como legado.
G1
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