Para tentar
biometrizar os mais de 900 mil eleitores soteropolitanos que ainda não fizeram
o recadastramento biométrico, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) vai funcionar
em esquema especial no mês de janeiro. A
partir do dia 2 - quando o TRE retorna do recesso de fim de ano, que terá
início no dia 23 de dezembro - a sede do órgão atenderá aos sábados, de 8h às
18h, em demanda aberta.
O recesso, que
aconteceria de 20 de dezembro a 7 de janeiro foi reduzido, segundo o TRE, para
otimizar o último mês de prazo. Em Salvador, pelo menos 52% dos eleitoores já
realizaram o procedimento, o que equivale a pouco mais de 1 milhão de
pessoas. O prazo final para o
recadastramento da biometria é dia 31 de janeiro, após esta data, o título é
automaticamente cancelado. Para
isto, o presidente do TRE, Edvaldo Rocha Rotondano, anunciou a ampliação de
guichês, de 111 para 126, além da convocação de 184 novos servidores para
trabalhar aos sábados. Diariamente,
outros 57 servidores vão trabalhar em regime de plantão, além dos 47
funcionários que já prestam atendimento.
Conforme o presidente, o esquema representa o acréscimo de 30% no
atendimento.
"Nós clamamos
para que as pessoas não deixem em cima da hora. Pois, isso vai significar pegar
filas enormes, tumultuadas, e, ainda, o risco de problemas com o sistema do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode não suportar a demanda",
explicou Rotondano. Durante o recesso do TRE, conforme o presidente, os demais
postos - Bonocô, Pirajá, Calçada e SACs funcionarão normalmente.
Filas
Na manhã desta
segunda-feira (18), centenas de pessoas se aglomeraram em uma enorme fila na
sede do órgão. Embora o TRE afirme que o tempo de espera diminuiu - de quatro
para uma hora - desde que o atendimento passou a ser em demanda aberta, no dia
30 de novembro, muitas pessoas relataram que já aguardavam há mais de três
horas.
Foi o caso do pintor
Manoelito Sousa, 36 anos, que contou ao CORREIO que chegou ao local às 5h30.
"Eu não aguentava mais esperar aqui nessa fila. Cheguei cedo e já tinha
muita gente na minha frente. É complicado, porque a gente perde um dia de
trabalho para resolver uma coisa assim e não tem agilidade", disse ele,
que só foi atendimento por volta de 9h30.
No mesmo horário,
após 4 horas na fila, o rodoviários Arisvaldo Brito, 54, enfim, conseguiu
cadastrar a biometria. "Não é nem que a gente deixe para cima da hora, mas
porque existiu uma dificuldade enorme para fazer agendamento. Nos locais
abertos, sem muito cheio. Não dava para faltar trabalho todo dia pra vir em
fila", justificou Arisvaldo.
Já a pedagoga Hildete
Rocha, 47, resolveu deixar a pendência para esta época do ano em função de suas
férias. "No meu caso, não tinha para onde correr. Era um processo que
demandava vir aqui e passar muito tempo, então eu optei por esperar as férias
escolares. Hoje não tem jeito, é fazer ou fazer", disse, aos risos. Às
10h, Hildete, que chegou às 6h30 no TRE, estava atrás de pelo menos 60 pessoas.
Ela disse, porém, que
já imagimava a espera. "Imaginava, sim, mas não tem jeito, já que somos obrigados",
contou. Filha da pedagoga, a estudante Gabriel Batista, 32, lamentou a espera.
"Um saco ficar aqui horas e horas. Não deu mesmo pra vir antes",
completou.
A doméstica Risonete
Bastos, 51, admitiu enrolou, enrolou e acabou deixando para ir já a poucos dias
do final do prazo. "É aquela coisa, a gente sabe que tem que fazer, mas
pensa: 'ah, vou hoje, vou amanhã, vou hoje, amanhã', e acaba aqui, nessa fila
enorme", ponderou ela, que foi atendida por volta de 10h, após três horas
na fila.
"Há meses, eu
venho pedido às pessoas que não deixassem para a última hora. Porque agora,
elas vão dizer que o serviço é mal prestado, mas tudo isso foi avisado com
muita antecedência", pontuou Edivaldo Rotondano.
Vice-liderança
Dos quase 4,5 milhões
de eleitores em toda Bahia, 59% - 2,6 milhões - já estão biometrizados, ainda
conforme Rotondano. "A Bahia é o segundo estado que mais biometrizou este
ano, perde apenas para São Paulo, que é um colégio eleiroral consideravelmente
maior", pontuou o presidente do TRE, acrescentando que o eleitor que tiver
o título cancelado por não ter feito a biometria só vai poder se regularizar
após as eleições de 2018.
A Bahia é vice-lider
também no interesse pelo aplicativo e-TÍulo, desenvolvido pela Justiça
Eleitoral, perdendo apenas para São Paulo. Até a última terça-feira (12), menos
de 15 dias após o lançamento da ferramenta, foram registrados mais de 184 mil
downloads nas lojas virtuais, sendo 7.144 por eleitores baianos. Destes, 5.557
eleitores já estão biometrizados.
Para acessar o
documento digital, o eleitor, já biometrizado, deverá baixar o aplicativo - que
já está disponível no Google Play e na App Store. Após baixar, o eleitor deve
inserir o número do seu título eleitoral, nome, nome da mãe e do pai, além data
de nascimento. O e-Título será validado e liberado. Ao ser acessado pela
primeira vez, o documento será gravado localmente e ficará disponível ao
eleitor.
O documento virtual
terá a foto do eleitor para identificá-lo na hora da votação. Contudo, essa
possibilidade vale apenas para aqueles eleitores que já fizeram o
recadastramento biométrico, momento em que é capturada uma foto do cidadão
junto com suas impressões digitais. No entanto, qualquer eleitor pode baixar o
aplicativo.
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