segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

TRE-BA funcionará aos sábados para o recadastramento biométrico em janeiro Prazo final para a biometria é dia 31 de janeiro

Para tentar biometrizar os mais de 900 mil eleitores soteropolitanos que ainda não fizeram o recadastramento biométrico, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) vai funcionar em esquema especial no mês de janeiro.  A partir do dia 2 - quando o TRE retorna do recesso de fim de ano, que terá início no dia 23 de dezembro - a sede do órgão atenderá aos sábados, de 8h às 18h, em demanda aberta. 
O recesso, que aconteceria de 20 de dezembro a 7 de janeiro foi reduzido, segundo o TRE, para otimizar o último mês de prazo. Em Salvador, pelo menos 52% dos eleitoores já realizaram o procedimento, o que equivale a pouco mais de 1 milhão de pessoas.  O prazo final para o recadastramento da biometria é dia 31 de janeiro, após esta data, o título é automaticamente cancelado. Para isto, o presidente do TRE, Edvaldo Rocha Rotondano, anunciou a ampliação de guichês, de 111 para 126, além da convocação de 184 novos servidores para trabalhar aos sábados.  Diariamente, outros 57 servidores vão trabalhar em regime de plantão, além dos 47 funcionários que já prestam atendimento.  Conforme o presidente, o esquema representa o acréscimo de 30% no atendimento.

"Nós clamamos para que as pessoas não deixem em cima da hora. Pois, isso vai significar pegar filas enormes, tumultuadas, e, ainda, o risco de problemas com o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode não suportar a demanda", explicou Rotondano. Durante o recesso do TRE, conforme o presidente, os demais postos - Bonocô, Pirajá, Calçada e SACs funcionarão normalmente.

Filas
Na manhã desta segunda-feira (18), centenas de pessoas se aglomeraram em uma enorme fila na sede do órgão. Embora o TRE afirme que o tempo de espera diminuiu - de quatro para uma hora - desde que o atendimento passou a ser em demanda aberta, no dia 30 de novembro, muitas pessoas relataram que já aguardavam há mais de três horas.

Foi o caso do pintor Manoelito Sousa, 36 anos, que contou ao CORREIO que chegou ao local às 5h30. "Eu não aguentava mais esperar aqui nessa fila. Cheguei cedo e já tinha muita gente na minha frente. É complicado, porque a gente perde um dia de trabalho para resolver uma coisa assim e não tem agilidade", disse ele, que só foi atendimento por volta de 9h30.

No mesmo horário, após 4 horas na fila, o rodoviários Arisvaldo Brito, 54, enfim, conseguiu cadastrar a biometria. "Não é nem que a gente deixe para cima da hora, mas porque existiu uma dificuldade enorme para fazer agendamento. Nos locais abertos, sem muito cheio. Não dava para faltar trabalho todo dia pra vir em fila", justificou Arisvaldo.

Já a pedagoga Hildete Rocha, 47, resolveu deixar a pendência para esta época do ano em função de suas férias. "No meu caso, não tinha para onde correr. Era um processo que demandava vir aqui e passar muito tempo, então eu optei por esperar as férias escolares. Hoje não tem jeito, é fazer ou fazer", disse, aos risos. Às 10h, Hildete, que chegou às 6h30 no TRE, estava atrás de pelo menos 60 pessoas.

Ela disse, porém, que já imagimava a espera. "Imaginava, sim, mas não tem jeito, já que somos obrigados", contou. Filha da pedagoga, a estudante Gabriel Batista, 32, lamentou a espera. "Um saco ficar aqui horas e horas. Não deu mesmo pra vir antes", completou.

A doméstica Risonete Bastos, 51, admitiu enrolou, enrolou e acabou deixando para ir já a poucos dias do final do prazo. "É aquela coisa, a gente sabe que tem que fazer, mas pensa: 'ah, vou hoje, vou amanhã, vou hoje, amanhã', e acaba aqui, nessa fila enorme", ponderou ela, que foi atendida por volta de 10h, após três horas na fila.

"Há meses, eu venho pedido às pessoas que não deixassem para a última hora. Porque agora, elas vão dizer que o serviço é mal prestado, mas tudo isso foi avisado com muita antecedência", pontuou Edivaldo Rotondano.

Vice-liderança
Dos quase 4,5 milhões de eleitores em toda Bahia, 59% - 2,6 milhões - já estão biometrizados, ainda conforme Rotondano. "A Bahia é o segundo estado que mais biometrizou este ano, perde apenas para São Paulo, que é um colégio eleiroral consideravelmente maior", pontuou o presidente do TRE, acrescentando que o eleitor que tiver o título cancelado por não ter feito a biometria só vai poder se regularizar após as eleições de 2018.

A Bahia é vice-lider também no interesse pelo aplicativo e-TÍulo, desenvolvido pela Justiça Eleitoral, perdendo apenas para São Paulo. Até a última terça-feira (12), menos de 15 dias após o lançamento da ferramenta, foram registrados mais de 184 mil downloads nas lojas virtuais, sendo 7.144 por eleitores baianos. Destes, 5.557 eleitores já estão biometrizados.

Para acessar o documento digital, o eleitor, já biometrizado, deverá baixar o aplicativo - que já está disponível no Google Play e na App Store. Após baixar, o eleitor deve inserir o número do seu título eleitoral, nome, nome da mãe e do pai, além data de nascimento. O e-Título será validado e liberado. Ao ser acessado pela primeira vez, o documento será gravado localmente e ficará disponível ao eleitor.


O documento virtual terá a foto do eleitor para identificá-lo na hora da votação. Contudo, essa possibilidade vale apenas para aqueles eleitores que já fizeram o recadastramento biométrico, momento em que é capturada uma foto do cidadão junto com suas impressões digitais. No entanto, qualquer eleitor pode baixar o aplicativo.

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