Naqueles tempos, Cachoeiro era entrecortado por ferrovias e, portanto, era comum acidentes acontecerem. Lá, próximo ao centro, entre a rua e a linha de ferro, encontrava-se as duas crianças. Enquanto aguardavam um desfile escolar, uma professora temeu pela segurança de Zunga e Fifinha, pois elas não perceberam a aproximação de um trem que se aproximava. Mesmo gritando e sinalizando para as crianças saírem dali, a professora correu e puxou a menina, enquanto um assustado Zunga recuou e tropeçou, caindo na linha férrea – ele estava de costas para a ferrovia. Como não dava mais tempo, a professora tentou avisar o maquinista, mas já era tarde demais. A locomotiva avançou e a perna direita de Roberto Carlos ficou presa debaixo do vagão entre as rodas de metal.Logo, uma multidão se agromerava para ver o que aconteceu. Afinal era dia de festa e provavelmente o socorro demoraria – naqueles tempos poucas pessoas tinham automóveis na cidade. Mesmo assim populares tentaram tirar a perna da criança, o que conseguiram com muito custo. Graças a um rapaz que trabalhava no Banco de Crédito Real, vendo que não dava para esperar a ambulância, ele mesmo estancou a hemorragia com seu paletó de linho branco. Roberto Carlos nunca esqueceu dessa cena e a registrou em uma de suas mais comoventes canções, O Divã: “”Relembro bem a festa, o apito/ e na multidão um grito/ o sangue no linho branco…”.
O mesmo rapaz do “linho branco” chamado Renato Spíndola levou Zunga para o hospital (Santa Casa de Misericórdia). Dizem que a festa perdeu a graça naquele dia. Tudo bem, que era comum acidentes, mas geralmente eram bêbados que se acidentavam, nunca até então acontecera com uma criança – o Zunga da rua da Biquinha.
Roberto Carlos foi atendido pelo médico Romildo Coelho, que se tornara amigo do cantor. O acidente fez com que a perna direita perdesse a sensibilidade, pois fora esmagada arrancando todos os nervos, por isso a criança não chorava muito. Zunga, ao ser atendido, estava muito mais preocupado com os sapatos novos que tinha ganhado para ir a festa do que com a sua perna, a qual ele não tinha noção da gravidade.
Roberto Carlos passou o resto da infância andando de muleta, e apenas aos 15 anos colocaria a primeira prótese, quando já morava no Rio de Janeiro.
Fifinha (Eunice Solino) era a melhor amiga do Rei, moravam na mesma rua e costumava ir à escola juntos. Neste dia, ela foi recrutada por Roberto para ver os desfiles que agitavam a cidade.
Naqueles tempos, Cachoeiro era entrecortado por ferrovias e, portanto, era comum acidentes acontecerem. Lá, próximo ao centro, entre a rua e a linha de ferro, encontrava-se as duas crianças. Enquanto aguardavam um desfile escolar, uma professora temeu pela segurança de Zunga e Fifinha, pois elas não perceberam a aproximação de um trem que se aproximava. Mesmo gritando e sinalizando para as crianças saírem dali, a professora correu e puxou a menina, enquanto um assustado Zunga recuou e tropeçou, caindo na linha férrea – ele estava de costas para a ferrovia. Como não dava mais tempo, a professora tentou avisar o maquinista, mas já era tarde demais. A locomotiva avançou e a perna direita de Roberto Carlos ficou presa debaixo do vagão entre as rodas de metal.
Logo, uma multidão se agromerava para ver o que aconteceu. Afinal era dia de festa e provavelmente o socorro demoraria – naqueles tempos poucas pessoas tinham automóveis na cidade. Mesmo assim populares tentaram tirar a perna da criança, o que conseguiram com muito custo. Graças a um rapaz que trabalhava no Banco de Crédito Real, vendo que não dava para esperar a ambulância, ele mesmo estancou a hemorragia com seu paletó de linho branco. Roberto Carlos nunca esqueceu dessa cena e a registrou em uma de suas mais comoventes canções, O Divã: “”Relembro bem a festa, o apito/ e na multidão um grito/ o sangue no linho branco…”.
O mesmo rapaz do “linho branco” chamado Renato Spíndola levou Zunga para o hospital (Santa Casa de Misericórdia). Dizem que a festa perdeu a graça naquele dia. Tudo bem, que era comum acidentes, mas geralmente eram bêbados que se acidentavam, nunca até então acontecera com uma criança – o Zunga da rua da Biquinha.
Roberto Carlos foi atendido pelo médico Romildo Coelho, que se tornara amigo do cantor. O acidente fez com que a perna direita perdesse a sensibilidade, pois fora esmagada arrancando todos os nervos, por isso a criança não chorava muito. Zunga, ao ser atendido, estava muito mais preocupado com os sapatos novos que tinha ganhado para ir a festa do que com a sua perna, a qual ele não tinha noção da gravidade.
Na verdade, Roberto Carlos teve muita sorte, porque era comum nestes casos amputar a perna. Mas o Dr. Romildo era um sujeito moderno e havia lido um artigo médico que dizia que devia-se cortar o mínimo possível os membros acidentados. Portanto, apenas entre o terço médio e o superior da canela foi amputado e um pouco abaixo colocaram uma roda de metal, o que impediu Roberto de perder os movimentos do joelho direito.
Roberto Carlos passou o resto da infância andando de muleta, e apenas aos 15 anos colocaria a primeira prótese, quando já morava no Rio de Janeiro.
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