Foi lançada nesta segunda-feira (3) a polêmica campanha do governo federal que busca retardar o início da vida sexual como forma de evitar a gravidez na adolescência. Em busca de aprovação da sociedade, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, utilizou seu Twitter para pedir apoio das pessoas.
“Estamos construindo um plano nacional de prevenção do sexo precoce. Essa ação é só o começo. Existem consequências graves, físicas e emocionais para o sexo antes da hora. Vamos fazer cartilhas, vamos para as escolas mostrar arte, música. Vamos cuidar das ‘novinhas’, e não apenas chamá-las para o sexo”, disse Damares. Ela solicitou que os internautas utilizassem a hashtag #TudoTemSeuTempo nas redes sociais.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também defendeu a Campanha de Prevenção da Gravidez na Adolescência, alegando que há estudos que comprovam a necessidade do programa. “Nós precisamos olhar os números e saber as consequências. É papel de todos que têm uma responsabilidade com os jovens e adolescentes criar uma consciência. Estamos diminuindo os números [de gravidez indesejada] de 15 a 19 anos em 40%. Mas na faixa etária abaixo de 15 anos, de 2000 a 2016, o número da gravidez infantil permaneceu no mesmo patamar. Nada mudou”, apontou Mandetta.
O lançamento da campanha dá início à Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, criada pelo presidente Jair Bolsonaro em janeiro de 2019. Além de tentar adiar as relações sexuais, a iniciativa busca orientar jovens para que conversem com a família e procurem unidades de saúde antes de iniciarem a vida sexual.
Médicos, entidades ligadas à área de saúde e outros profissionais já tinham criticado a campanha. A Defensoria Pública da União, por exemplo, chegou a pedir que ela não fosse lançada, pois não existiriam evidências que comprovem a efetividade da abstinência sexual como maneira de prevenir a gravidez entre adolescentes.
“A conclusão de tais pesquisas é que as políticas de abstinência sexual não promoveram mudanças positivas na iniciação sexual e na vida sexual dos jovens, de modo que não impedem nem a gravidez na adolescência nem a propagação de infecções sexualmente transmissíveis entre os jovens”, alertou a instituição.
AGENCIA BRASIL
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