Um diagnóstico que ninguém espera, mas infelizmente o qual todos estão sujeitos, em maior ou menor grau. De acordo com um levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA), divulgado na semana passada, apontou que a Bahia terá 32.580 novos casos da doença este ano. O número representa um aumento de aproximadamente 19% em relação a última pesquisa, difundida pela mesma instituição em 2018, quando o estimativa de casos, para o estado, era de pouco mais de 27 mil.
Especificando por gênero, o número de registros de câncer será maior em homens do que nas mulheres baianas: 17 mil no sexo masculino contra 15.580 no sexo feminino, conforme o Instituto. Ainda entre os homens, a maior quantidade de casos serão relativos ao câncer de próstata, com 6.130 (36,05% do total), seguido dos de pele (3.450 ou 20,2%) e de colón e reto (710 ou 4,17%). Já com relação às mulheres, o primeiro posto desta triste estatística será o câncer de pele, com 4.490 casos (28,8% do total), seguido do de mama (3.460 ou 22,2%) e de colo do útero (1.090 ou 6,99%).
Afunilando a estatística para a capital baiana, a estimativa do INCA é a de que sejam registrados, agora em 2020, 7.860 casos de câncer, sendo 3.690 em homens e 4.170 em mulheres, em Salvador. No gênero masculino, a maior quantidade de registros será do câncer de próstata (1.090), seguido de cólon e reto (660) e de pele (490). Já no feminino, o câncer de mama aparece em primeiro lugar, com 1.180 registros. Depois, vem também as doenças do tipo glândula tireóide (370) e de cólon e reto (360).
ALERTA
Já em todo o país, os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostraram que o Brasil poderá ter 625 mil novos casos de câncer em 2020. A informação faz parte do estudo “Estimativa 2020”, produzido com base em registros populacionais do país e de hospitais especializados. De acordo com a instituição, 50,3% dos casos deverão ocorrer em homens e 49,7% em mulheres. Os tipos mais incidentes no país serão os de pele não melanoma, mama, próstata, cólon e reto, pulmão e estômago.
O Nordeste concentra maior incidência de câncer de próstata - a taxa é de 72,35 a cada 100 mil habitantes. Ao todo, a estimativa é a de que sejam registrados 136.210 casos, sendo 69.140 nos homens e 67.070 entre as mulheres. Ainda no gênero feminino, o maior número de casos de câncer de mama deve ser concentrar na região Sudeste, com 81,06 a cada 100 mil habitantes.
De acordo com especialistas na área de oncologia, os índices crescentes se devem a dois fatores: ao envelhecimento da população e à mudança no estilo de vida, sendo que o segundo é quem chama mais atenção, devido fatores como tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada, obesidade, entre outros. Para o cirurgião Fábio Fin, a melhor forma de evitar os casos ainda é a prevenção.
Nesse sentido, é importante a conscientização da população para a realização de exames periódicos e políticas de combate ao câncer. O especialista citou o exemplo da política de incentivo contra o fumo, que reduziu o número de câncer de pulmão.
“Claro que o tabagismo não está apenas relacionado ao pulmão, mas também ao câncer de boca, laringe, de bexiga, esôfago entre outros. E não só essas medidas contra o câncer de pulmão devem ser tomadas, mas também outras, como endoscopia e colonoscopia para um diagnóstico precoce de câncer no estômago, uma identificação precoce do câncer do intestino”, pontuou Fábio.
O cirurgião oncologista destacou que, em outros casos, como no câncer de mama, as mulheres que fazem o diagnóstico precoce têm uma chance de cura de em torno de 95%, o que é muito diferente dos casos da doença no passado, em que a maioria só descobria o problema já no estágio avançado.
YURE ABREU / TRIBUNA DA BAHIA
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