Trabalhadores da Ford, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), realizam um protesto, na manhã desta terça-feira, 12, em frente à fabrica, no Polo Petroquímico, contra a perda de 12 mil vagas diretas e indiretas de empregos, com a saída da montadora do município.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Camaçari, Julio Bonfim, disse que a categoria foi "pega de surpresa" com a decisão da Ford, anunciada na tarde desta segunda-feira, 11, e que o sindicato espera iniciar conversas para a manutenção dos empregos dos trabalhadores da empresa.
"É um momento difícil, a gente não esperava este comunicado por parte da companhia e hoje estamos aqui tentando absorver este grande impacto. O sindicato sempre se colocou nas discussões para negociar aquilo que viesse ser salutar para a manutenção dos empregos e estamos ainda disposto a continuar com essas discussões. Infelizmente, a Ford veio irredutível e isso infelizmente impacta no fechamento da planta não só de Camaçari , mas nas plantas de todo o Brasil", afirmou Bonfim.
De acordo com o líder sindical, os trabalhadores não farão a manutenção de peças de automóveis da Ford para o restante do país, como tinha sido previsto pela empresa.
"Não vamos ter nenhuma produtividade de peças para veículos do país. O sindicato vai estar aqui organizado com os trabalhadores porque esse posicionamento da Ford é extremamente mesquinho, porque direciona o processo produtivo dela para Argentina e Uruguai, e ela vai continuar a produção para o Brasil de outros países. Isso é inadmissível. O Governo Federal tem responsabilidade nisto, de tanto investimentos que foram feito para Ford junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), e tantos outros investimentos que foram feitos de retirada de impostos junto ao Governo Estadual e o governo de São Paulo. O governo tem a responsabilidade de impedir isso venha acontecer até que a gente possa fazer uma discussão para manter estes empregos no Brasil", completou.
"Unhas e dentes"
Bonfim também criticou o governador Rui Costa (PT), a quem chamou de "muito tranquilo" em relação à saída da Ford do Estado. "O governador Rui Costa foi muito tranquilo em encerrar as atividades. O governador tem que ser mais duro, foi muito tímido. O encerramento de uma planta dessa, o governador tem que ir de unhas e dentes para lutar e manter o emprego desses companheiros e companheiras", criticou.
"A Ford deve dinheiro para o Estado em investimento, a Ford deve dinheiro ao BNDES em investimento. E vai continuar produzindo para o Brasil? A gente sabe da incompetência do Governo Federal, da má gestão. E agora vemos o impacto disso no bolso e na vida, na Região Metropolitana de Salvador", lamentou.
Após o ato em frente à fabrica da Ford, os trabalhadores pretendem marchar em direção ao centro de Camaçari.
A TARDE
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