Novo Bolsa Família terá três novas faixas de benefícios. O
governo acerta os últimos detalhes de uma reforma para turbinar o Bolsa
Família, o mais importante programa social do País voltado para a população de
baixa renda. A pedido da Casa Civil, o Ministério da Cidadania propôs a
reformulação daquela que foi a principal bandeira do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
Novo nome
Para imprimir a marca do governo Bolsonaro, pode até mudar
de nome e se chamar “Renda Brasil”. O que já está definido é que será ampliado
para atender a jovens de até 21 anos e conceder valores maiores aos beneficiários.
Como é hoje?
O benefício pago hoje pelo programa varia conforme a renda
da família. Para aquelas na faixa da pobreza e da extrema pobreza, o valor pode
chegar a R$ 205 mensais. Na folha de setembro, o benefício médio pago às
famílias pelo Bolsa Família foi de R$ 189,21. A ideia do governo é aumentar
esta média, mas ainda não há uma meta definida.
As principais Mudanças
A ideia do governo é dividir o programa em três novas faixas
de benefícios. São eles:
Benefício cidadania: dado às famílias de baixa renda.
Benefício primeira infância: para crianças de até 3 anos.
Benefício a crianças e jovens: contemplando jovens de até 21
anos.
Além disso, a ideia é criar um extra para valorizar a
“meritocracia”: seria um prêmio para crianças que tivessem sucesso em olimpíada
de conhecimento, passassem de ano e se destacassem no esporte.
A nova proposta apresentada pelo Ministério da Cidadania
está em análise na equipe econômica para definição do volume de recursos adicionais
ao programa. O plano original da ala política do governo era aumentar em R$
16,5 bilhões os recursos para o programa – que tem um orçamento previsto para
2020 de R$ 29,5 bilhões. São R$ 14,1 bilhões adicionais ao que já é gasto
anualmente e mais R$ 2,4 bilhões para bancar, no ano que vem, o pagamento do
13.º salário. Segundo apurou o Estado, a área econômica já avisou que pode
garantir, por ora, “no máximo” R$ 4 bilhões adicionais.
Atualmente, para entrar no Bolsa Família a pessoa deve
atender os seguintes critérios:
De acordo com as regras, podem participar famílias com renda
por pessoa de até R$ 85,00;
Famílias pobres que tenham gestantes e crianças ou
adolescentes entre 0 e 17 anos;
Estar inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do
Governo Federal;
As gestantes devem fazer consultas de pré-natal, conforme
calendário preconizado pelo Ministério da Saúde (MS);
Manter em dia o cartão de vacinação das crianças de 0 a 7
anos;
Acompanhamento da saúde de mulheres na faixa de 14 a 44
anos;
Participar das atividades educativas ofertadas como
aleitamento materno e alimentação saudável;
Frequência mínima de 85% na escola, para crianças e
adolescentes de 6 a 15 anos, e de 75%, para adolescentes de 16 e 17 anos;
Famílias que possuem renda por pessoa entre R$ 85,01 e R$
170.
Como quaisquer mudanças no Bolsa Família atingiriam pouco
mais de 13,5 milhões de famílias. As alterações deverão ser bem estudadas pelo
governo, e divulgadas oficialmente até o início do próximo ano.
ESTADÃO CONTEÚDO
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