Embora defenda que o
Brasil jogou bem e merecia melhores resultados nas três partidas finais desta
sequência, contra Inglaterra, Japão e Estados Unidos, o treinador admite que,
no momento, o seu time não pode se colocar entre as principais potências do
futebol feminino e, consequentemente, não está entre as favoritas ao título. A
situação do time coloca em xeque a modalidade no País, que vive às turras com a
falta de investimento dos grandes clubes.
Vadão reconhece que a
seleção não conseguiu evoluir, ao passo que várias outras rivais cresceram e se
tornaram mais protagonistas do que o Brasil. "Antigamente, tinha quatro ou
cinco equipes favoritas no Mundial. Hoje, temos umas dez. Tem a Inglaterra, que
subiu demais, Japão, Canadá, Noruega, Austrália, França, Alemanha... (não cita
o Brasil). A evolução do futebol feminino dos outros países foi muito grande,
enquanto nós estacionamos", afirmou o técnico ao Estado.
Desde que Vadão
reassumiu o comando do time, em setembro de 2017, o Brasil disputou 21 jogos,
nos quais acumulou 12 vitórias, um empate e oito derrotas, todas para equipes
que estarão no Mundial. O último triunfo ocorreu em 29 de julho de 2018, quando
bateu as japonesas por 2 a 1 em amistoso nos Estados Unidos. Nove das 12
vitórias de Vadão foram sobre rivais sul-americanas, quase todos de um nível
considerado fraco ou até amador no futebol feminino.
REFLEXO DE GERAÇÃO -
O técnico vê o Brasil também com uma geração carente de talentos."Se você
pegar a seleção brasileira masculina, quando o Felipão ganhou a Copa de 2002,
tinha Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e uns cinco jogadores excepcionais.
Hoje só temos o Neymar como fora de série", compara. "Em um passado
um pouco distante, o Brasil tinha a Sissi, a Marta e várias outras atletas com
poder de decisão. Hoje são poucas. A Formiga, com 41 anos, jogou 90 minutos nos
três últimos jogos e nós precisamos dela. A Marta não estava na melhor de sua
condição nestes últimos confrontos, mas a gente precisava dela..."
Marco Aurélio Cunha,
coordenador de futebol feminino da CBF, também reconheceu ao Estado que a
seleção é dependente de nomes como Marta e Cristiane para brilhar, mas crê que
o nível do futebol brasileiro "melhorou absurdamente" e vai evoluir
mais com a obrigatoriedade recente de os clubes manterem times femininos.
Entretanto, o
dirigente admite que o Brasil não está entre os principais postulantes a
conquistar o título do Mundial, apesar de o País carregar a tradição de quem
foi vice-campeão da Copa de 2007 e faturou medalha de prata olímpica em
Atenas-2004 e Pequim-2008.
"Não vejo como o
Brasil poderia ser favorito. Favoritos são os quatro primeiros do ranking, os
outros são times que estão em busca de sua oportunidade", disse,
referindo-se ao fato de as brasileiras, hoje, ocuparem o décimo lugar na
listagem da Fifa.
CORREIO24HORAS
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