quarta-feira, 19 de julho de 2023

Bebê morre na barriga da mãe antes de parto e família denuncia negligência em troca de plantão de médicos em maternidade na Bahia

 G1


Uma família de Salvador denuncia a Maternidade Albert Sabin por negligência médica, depois que uma bebê morreu ainda na barriga da mãe, antes do parto. 


Os pais da criança denunciam a unidade porque houve demora na troca de plantão dos médicos, que teriam deixado a grávida sem assistência.


A jovem Ailla Noronha, de 26 anos, está internada na unidade médica nesta quarta-feira (19), e se recupera do processo de curetagem – procedimento feito para retirar materiais como placenta do útero. Ela fez todo o acompanhamento pré-natal e exames na maternidade.



Na reta final da gravidez, Ailla e o companheiro dela – que moram no bairro de Itapuã – passaram a ficar na casa de familiares, no bairro de Águas Claras, a cerca de 10 quilômetros da maternidade, em Cajazeiras, para facilitar no deslocamento à unidade médica.


Na última semana, Ailla retornou à Albert Sabin para dar à luz, depois de sentir fortes dores. Na maternidade ela foi orientada a caminhar para aumentar a dilatação. Segundo o marido de Ailla, a então gestante foi mandada para casa, porque estava apenas com 3 centímetros de dilatação vaginal.

Esta mesma situação se repetiu por quatro vezes, até a jovem ser internada na tarde de segunda-feira (17), para enfim dar à luz. No retorno, os médicos realizaram os procedimentos de escuta e o exame de toque e, de acordo com a família de Ailla, insistiram em um parto vaginal, quando iniciaram a indução.


Durante este processo, que é considerado normal pela medicina obstétrica, Ailla ficou desassistida, porque os médicos demoraram a retornar para a sala em que ela estava, durante uma troca de plantão em meio à madrugada.


Na manhã de terça (18), às 9h, os médicos então identificaram que a bebê já não tinha batimentos cardíacos e havia morrido ainda na barriga. A pequena seria chamada de Laila Maria e seria o primeiro filho de Ailla e o marido.


Depois de receber a notícia de que a filha estava morta dentro do ventre, Ailla ainda aguardou por cerca de nove horas, até que a criança fosse retirada do corpo dela. Nesta manhã, o estado de saúde da jovem é estável.


A reportagem entrou em contato com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), responsável pela Maternidade Albert Sabin, que informou que está apurando o ocorrido.

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