O juiz federal Sérgio
Moro, responsável por comandar as investigações da Operação Lava Jato, esteve
na manhã desta quinta-feira, 23, em uma sala de cinema UCI Orient do Shopping
Barra para palestrar na 3ª edição do Simpósio Nacional de Combate à Corrupção.
O evento é realizado pela Associação de Delegados de Polícia Federal da Bahia
(ADPF-BA) e também acontecerá nesta sexta-feira, 24.
Na abertura do
simpósio, Moro recebeu a medalha Tiradentes, considerada a mais alta
condecoração concedida pela ADPF. Em seguida, o juiz deu início a palestra que
em um dos pontos informou a relação da publicidade com as investigações, até
que ponto é viável.
"Os casos
criminais devem ser julgados em público, os processos e julgamentos são
públicos. Há possibilidade de ocorrer em segredo, quando não há processo
criminal ou se a publicidade possa prejudicar a investigação", explica
Moro.
Em um dos pontos, o
juiz também relatou em quais pontos as investigações não têm as informações
externadas: "É necessário ter cautela nas fases de invetsigação, mas uma
vez superada a necessidade de sigilo, a publicidade se impõe. Em casos de
crimes sexuais, onde a divulgação possa implicar em uma revitimização, a
exposição da vítima, é natural a imposição de segredo".
Em seguida, Moro
afirmou a necessidade de divulgar os fatos ao cidadãos. "As pessoas tem o
direito, em uma democracia, de saber o que fazem seus governantes e o judiciário
não pode servir como um guardiário de segredos sombrios dessas pessoas. É uma
opção feita desde o início, de cumprir com a constituição e externar todas as
provas e fatos públicos. Isso foi potencializado pelo sistema eletrônico da
quarta região (TRF4)", pontua.
Na palestra, o juiz
explicou sobre alguns momentos que foi criticado sobre o vazamento de
informações: "Muitas vezes falavam que 'o juiz Sérgio Moro vazava
informações'. Mas na verdade estava tudo registrado em processo eletrônico e
qualquer profissional da imprensa poderia ir lá colher os dados, na verdade,
qualquer pessoa independente de ser jornalista, porque isso é um direito".
Ainda em seu
discurso, Moro explica até onde divulgação dos fatos pode afetar. "A
publicidade foi fundamental para grandiar o apoio da opinião pública. O juiz
tem que investigar a partir dos fatos e das provas e julgar conforme isso e não
com base na opinião pública. Mas em processos de pessoas poderosas, a opinião
pode influir na atuação da justiça", afirma o juíz.
A TARDE
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